Tuesday, April 02, 2019

Parceria Flamengo BS2



O que dizer sobre a parceria do Flamengo e o BS2? É boa? É ruim? Para responder a esta pergunta, mais do que os termos do acordo proposto, é importante que pensemos no contexto. Observar quem é o Flamengo, ou no que ele se tornou. Sim, porque o Flamengo não é mais o mesmo, e alguém vai ter que dizer isso em algum momento...

As marcas atravessam o tempo, e nessa trajetória deixam um pouco de si e levam muito daqueles que as seguem, sustentam e transpiram por elas. Não é sempre assim, óbvio, mas no Futebol essa máxima é mais uma verdade que uma mentira. Uma equipe, um Clube, são mais do que um objeto de negócio. Eles são a expressão de paixões cegas, de razões por vezes tortas. São conjuntos de elementos meio desconexos e contraditórios, que num primeiro olhar beiram o exercício da loucura, do entorpecimento intelectual.

Mas se engana quem pensa que o olhar do torcedor é uma constante entre os demais atores que ajudam a girar essa roda espetacular que é o Futebol. De fato, há Patrocinadores, agentes de atletas, de técnicos e até repórteres, que de forma mais comercial que por puro amor, colocam-se “veladamente” clubistas, no intuito de manter cativo seu nicho de admiradores.

Em verdade essa galera enxerga o esporte efetivamente como negócio. E como tal, sujeito às mazelas da lei universal da Oferta e Demanda, que tal qual a Lei da Gravidade e a chegada da Morte, é certa e infalível.

O BS2 não é diferente, e o Flamengo, como instituição que se modificou ao longo dos últimos anos, também não é mais, e abrindo um parêntesis, é nisso que seu crescimento institucional o diferencial de quase todos os Clubes brasileiros, tirando, talvez o Furacão da Baixada, e olhe lá...

É preciso reconhecer que o Flamengo de hoje, mais moderno e eficiente do ponto de vista da Gestão, libertou-se um tanto das amarras dos gestores apaixonados, e ao mesmo tempo amadores, que por alguma ligação emocional com o Clube, tinham de torcedores e sócios uma empatia meio insana. Como se a conexão histórica e o pressuposto amor declarado garantissem uma administração vitoriosa e uma conduta ilibada, tal qual ocorria com certo homem do charuto, num, nem tanto mais rival histórico.

Não funciona assim e o Flamengo hoje sabe disso.

Esta nova roupagem do Clube da Gávea traz novidades que antes não se via. Algumas delas estão associadas, queiram alguns ou não, a um novo quadro de Sócios, que podem até ter estado lá o tempo todo, mas no meio daquele monte de apaixonados amadores, expunha-se pouco, relegando algumas importantes decisões a pessoas despreparadas e cujos interesses nem sempre eram positivos para a Nação Rubro-Negra.

O BS2 é uma instituição Financeira moderna. Tem um DNA adaptado a uma nova realidade de correntistas, e que vê num novo Flamengo uma oportunidade de ampliação da marca que poucos parceiros podem prover atualmente, e em especial, na condição de incerteza existente no mercado brasileiro, onde, é importante citar, poucos estão tendo a predisposição de se arriscar, acreditando numa alavancagem de negócios tão profunda, com um investimento da ordem a que se propõe esta parceria.

Pode-se questionar comparações com o patrocínio da Caixa, que não existe mais, ou com os existentes entre Clubes e outras instituições financeiras, cujos interesses particulares se sobrepõem à visão de mercado, que aqui tanto se elogia, e que quando vão embora, deixam vales devastados e terras inférteis, o que nos lembra Palmeiras/Parmalat, que quando terminou resultou em rebaixamentos e caos financeiro ao Clube paulista.

Uma parceria comercial deve ser observada sob uma ótica de mercado. O torcedor nem sempre conseguirá enxergar isso, pois olha tudo que acontece ao seu redor como uma disputa com seus rivais. Num mercado escasso e com players sujeitos a restrições orçamentárias isso até é verdade, mas não podemos nos enganar que nem todos os Clubes, e parceiros de negócio destes, estão no nível profissional que se encontra o Flamengo hoje, e quando as decisões dos agentes econômicos não são racionais, parcerias que perecem sólidas num primeiro momento, podem esconder pontos nocivos, doença da qual, acredito, o Flamengo hoje está mais que vacinado.

Não é possível concluirmos se esta parceria alcançará o potencial esperado por ambas as partes. Dependerá não só da Nação Rubro Negra, mas do próprio BS2, que deverá adaptar seus canais de negociação, presença, bem como seus produtos, serviços e taxas à diversidade que é característica marcante da Torcida do Flamengo. Temos aí Carabao, que não soube se organizar, como exemplo do que não fazer... Mas potencial há, de ambas as partes... A parte da massa Rubro Negra está feita. Ela, como demanda, se fez e se faz presente. Vamos acompanhar o comportamento da oferta!

 

Dá-lhe Mengooooooolll!

 

-- 

 .'. http://willnogueira.blogspot.com .'.

"...TODA PESSOA SEMPRE É AS MARCAS DAS LIÇÕES DIÁRIAS DE OUTRAS TANTAS PESSOAS..."

Friday, March 29, 2019

O Novo Flamengo


O torcedor, há esse Ser de natureza bipolar... a aí me enquadro sem sombra de dúvidas! Da pura descrença à simples certeza da vitória... Rumo a Tókio, nós dizemos... De fato estas exclamações escatológicas são mais um reflexo do desejo, que o reluzir da certeza... Não somente pela vontade de ver nosso time Campeão, mas pela simples ansiedade de mostrarmos que acreditamos, e nem sempre para o outro... Em geral o fazemos para nós mesmos.
É assim que me sinto sobre esse novo Flamengo. Esta máquina multimilionária que até agora, de resultados palpáveis apenas demonstrou a capacidade de não perder jogos fáceis, mas ainda apresenta fragilidades como equipe, que de tão evidentes, fazem qualquer otimista de carteirinha questionar o porquê de sentar a frente da TV numa quarta à noite, sabendo que aquelas importantes horas de sono lhe farão falta na manhã seguinte, ao ter de acordar cedo para encarar a labuta.
Mas somos assim... Somos crentes... e hoje podemos sê-lo mais. Não porque tudo mudou do ano passado pra cá. Na verdade se percebermos, mudou pouco... Os mesmos laterais, com os quais posso dizer que a torcida tem, no mínimo, má vontade, alguns rostos como Diego, seu chará Alves, Arão e Cuellar, pra citar alguém que é quase unanimidade positiva, em algum ou muitos momentos do ano passado foram símbolos de um Flamengo acomodado, preguiçoso,... banana...
E o que mudou então? Arrascaeta? Gabigol? Bruno Henrique?... Sim... Foi exatamente isso que mudou, mas não como querem crer, por classe, categoria ou habilidade... O que mudou foi o ímpeto. Pelo menos os dois últimos têm a fibra de quem não admite a derrota, de quem luta até o final, de quem vive da glória que a vitória traz.
E é esse ímpeto que contagia. Não somente o torcedor, mas aqueles criticados lá de cima, que hoje se envolvem num turbilhão de crenças e desejos de vencer, que creio, nos levarão a bom termo no fim dessa caminhada.
Em aí vem a crença de novo... Na certeza de que a vitória vem, mesmo que equilibrada à clara percepção de que vai dar merda...  Não sei se é somente o exercício da vontade... mas certamente, tal qual o ímpeto de ganhar, é natural ao torcedor o ímpeto de se enganar...

Dá-lhe Mengooooooolll